14 março 2007

O festival Celta de Shamhain


O festival do Halloween tem sua origem no milenar festival Celta de Shamhain. Os Celtas viveram há 2000 no território que hoje chamamos Irlanda, e que faz parte da Grã-Bretanha, em parte no nordeste da França, mas também na Peninsula Ibérica. O Festival era celebrado no dia 1º de Novembro. Este dia marcava o final do verão e da colheita, que era seguido pelo período de inverno extremamente frio e com dias sem sol. Um longo período de escuridão.

Á meia-noite do dia 31 de Outubro, a celebração do Shamhain tinha início, quando se acreditava que os espíritos dos mortos voltavam para reviver na Terra. Esse espíritos causavam, além de outros danos, prejuízos nas plantações; o espantalho para afastar os espíritos das plantações tem características do Judas malhado na Semana Santa dos cristãos. Outros espíritos que vinham, ajudavam aos Druidas, sacerdotes Celtas, à premonição e leitura do futuro. Para o povo, era um grande conforto, acompanhar as profecias e orientações religiosas dos sacerdotes, pois isso os ajudava a proteger-se contra a escuridão e os perigos das trevas do inverno.

Uma interminável lista de tipos de celebrações são atribuídas ao Festival do Shamhain.

Pelo ano 43, A.C., os Romanos conquistaram a maioria dos territórios celta. No curso de 400 anos, os Romanos impuseram regras e lei nas terras celtas; dois festivais de origem Romana foram combinados com a tradição celta da celebração do Shamhain. A primeira foi a Feralia, um dia no final de Outubro quando os Romanos tradicionalmente comemoravam a passagem da morte. O segundo festival era um dia em honra de Pomona, a Deusa das frutas e das árvores. O símbolo de pomona é a maçã e, possivelmente tenha sido absorvida pelo Festival de Shamhain o que explica a introdução da maçã, nos dias de hoje.

Por volta do ano 800 D.C., por influência do Cristianismo, isto foi ampliado para todos os mais distantes territórios celtas. No século XVII, o papa Bonifácio IV, designou o mês de Novembro, no dia 1º, como o Dia de Todos os Santos e mártires. Acredita-se que tal iniciativa teria sido a de neutralizar o sentido do Shamhain; tanto que este dia foi considerado um Dia Santo.

Esta celebração, em inglês, passou a ser chamada de All-hallows ou All-hallowmas que em inglês antigo, Alholwemesse, significava Dia de Todos os Santos; seguindo no tempo, em inglês, provavelmente, o All-hallows Eve, tenha composto a corruptela Halloween. Mais tarde, por volta de 1000 D.C., foi instituído o Dia de Finados, celebrado em alguns territórios da Gália, onde hoje estão Portugal, Espanha, Itália etc. Em alguns desses países, principalmente a Espanha e muitos países latinos de língua espanhola, celebram O Dia dos Mortos com muitas festas, espetáculos pirotécnicos, desfiles de fantasias. Na verdade o Shamhain foi desmembrado em três festas.

Os esotéricos têm outra versão para o Hallowenn que começa pela origem da palavra Halloween que se originaria das Hallowinas, assim chamadas as guardiãs femininas do Saber Oculto das Terras do Norte ( Escandinávia ), predominância do domínio feminino, no que tangia ao conhecimento do Oculto ( ou seria do que era ocultado? )

Após a conquista das Gálias, pelos Romanos, os vencedores cuidaram de trabalhar para apagar a cultura pré-existente, como forma de desestruturar e impor a nova ordem, do dominador. Isso assegura ao vencedor, o afastamento do risco de reorganização do vencido.

A festa de Halloween, na verdade, equivale ao Dia de Todos os Santos e o Dia de Finados, como foi absorvido pela Igreja Católica para apagar os vínculos pagãos, origem da festa.

O dia da comemoração dos mortos para os Cristãos, era o Ano Novo, para os Celtas. Exatamente à meia-noite, hora fechada aos vivos e única hora de passagem para os seres ( os mortos ) que habitam em outro plano astral em busca de pedido de perdão aos vivos para, assim, alcaçarem a paz.

Exatamente, como aconteceu aos druidas, proibidos das manifestações da sua cultura mas, que foi absorvida por transformações ao longo da História, na medida dos interesses de outras culturas e religiões. Mesmo hoje, em nossos dias, distanciados dos fatos Históricos ela permanece ocultada por camadas de aculturações. Mas, ainda assim, resiste.

Durante três dias, os Celtas acendiam velas dentro de cabeça de abóbora para indicar o caminhos àqueles que eles acreditavam serem visitados por seus parentes e receber o perdão daqueles a quem eles haviam feito sofrer. Fica esclarecido o significado da cabeça de abóbora iluminada por uma vela, além do significado de sabedoria (pela humildade para saber pedir perdão e como prova de vida além da vida).