20 maio 2008

Mesas Girantes - 2


Ainda quanto á questão da fraude, não só a caligrafia mostrava se bem diferente da escrita por alguns dos médiuns presentes, bem como muito do conteúdo cientifico, filosófico, poético ou mera gramática e linguagem até estrangeira, revelando sabedoria, pensamentos elevados e sublimes, era notoriamente fora do conhecimento e alcance intelectual dos presentes, médiuns ou outros presentes.

Também foram dadas respostas a questões colocadas mentalmente ou em idioma estrangeiro e desconhecido pelos presentes à excepção do que colocava a questão.

Ainda assim, se preciso fosse, a hipótese da fraude foi afastada pelas seguintes considerações:
- o carácter isento da pessoas presentes e a falta de interesse que teriam em simular a fraude.
- a persistência do fenómeno traduzindo-se na impossibilidade de uma fraude indefinidamente prolongada no tempo, pois seria em primeiro lugar fastidiosa para o próprio mistificador.
- inconcebível generalização da fraude em simultâneo em vários lugares do mundo, impossibilidade de um conluio mundial, de forma a obter em simultâneo, em vários lugares da Terra, os mesmos efeitos, as mesas comunicações e conteúdos das mesmas sobre assunto idêntico.
- não há fraude nem charlatanismo onde não há lucro, como é o caso.
- e quando os médiuns são crianças, como obter paciência, habilidade e conhecimento intelectual necessário destas?

E seria uma ilusão geral? O carácter de revelação da nova doutrina, o carácter simultâneo da revelação ao mesmo tempo em diversos lugares, a natureza séria e ponderada de muitos dos que estudaram o fenómeno, sem interesse em propagar erros nem fraudes, nem tempo em futilidades, é presunção favorável a afastar a ideia que os incrédulos e cépticos tenham, segundo palavras de Allan Kardec, o "monopólio do bom senso".

Essa foi a utilidade do fenómeno.
Afastar a ideia de fraude ou ilusão.

Hoje, e tendo Kardec reunido na Codificação as respostas dos Espíritos as várias perguntas filosóficas que lhes foram colocadas, o apelo é antes dirigido á razão do que à curiosidade do fenómeno, este na época (sec XIX) o B-A-BA do Espiritismo, apenas útil no inicio da revelação da doutrina pelos Espíritos.

Kardec na época, suspeitando a fraude no entanto cedo se rendeu à realidade dos factos. De Saul, virou Paulo. E nos legou a síntese dos primeiros ensinamentos pelos Espíritos da realidade do mundo espiritual através da codificação da revelação espírita inicial.

Livro dos Espíritos - 1857
Livro dos Médiuns - 1861
O Evangelho segundo o Espiritismo - 1864
O Céu e o Inferno - 1865
A Génese - 1868

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